quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Livro 1 - A HORA DA ESTRELA DE CLARICE LISPECTOR – Sueli Couto (Julho/2012 - Prêmio Jabuti)

Livro 1 - A HORA DA ESTRELA DE CLARICE LISPECTOR – Sueli Couto

Começo esta resenha expressando como amei a dedicatória do autor. Na verdade existe um vinculo entre o narrador e a autora, um desdobramento, uma união.
“Dedico-me sobretudo aos gnomos, anões, sílfides e ninfas que me habitam a vida. Dedico-me à saudade de minha antiga pobreza, quando tudo era mais sóbrio e digno e eu nunca havia comido lagosta. Dedico-me à tempestade de Beethoven. À vibração das cores neutras de Bach. A Chopin que me amolece os ossos. A Stravinsky que me espantou e com quem voei em fogo.”

O narrador explica que a história que contará com sete personagens, será o resultado de uma visão global de descobertas de porquês. Contra seus hábitos será uma história com começo, meio e “gran finale” seguido de silêncio e chuva.
Sua novela será sobre uma jovem nordestina que como ela há milhares espalhadas por cortiços, vagas de quartos, atrás de balcões, trabalhando até a estafa e que não percebem que são substituíveis. Macabéa, uma moça com a pele cheia de manchas, datilógrafa, sem encantos, órfã, criada por uma tia que sempre a castigava, incompetente para a vida.
O tempo todo ele questiona, divaga e reflete sobre o ato de escrever, o que escreve, seu modo de narrar, o seu estilo e tudo mais. Aliás, ele usa muitas páginas do livro refletindo os problemas que enfrenta para escrever e de certa forma se sente co-responsável pela pobreza econômica, espiritual e existencial da personagem principal. Acredita e sente que sua história é um grito, o direito ao grito.

Achei uma história triste, deprimente que mostra toda tristeza e solidão de uma mulher sem consciência nenhuma de si própria, sem compreensão de sua própria existência, que se desconhece, ignora o mundo. Uma mulher que não se indaga, não se pergunta. Sua vida toda foi só sofrimento.

Sinceramente não gostei da história, da linguagem, do todo. No final a sensação de um grande vazio

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